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Taquigrafia

O mercado de trabalho para o taquigrafo é extenso. Existe uma significativa carência por profissionais qualificados, detentores de uma cultura geral, com aprimoramento em língua portuguesa.

Os órgãos do Poder Executivo não possuem cargo de taquigrafo em seus quadros. A contratação é realizada através de licitação. A empresa vencedora do certame contrata o profissional para atuar como taquígrafo ou degravador de reuniões ou eventos (prestador de serviço avulso ou freelance).

Nos demais Poderes, no entanto, temos um extenso campo de atuação. Assim, no Poder Judiciário, temos quadros de registro taquigráfico no Supremo Tribunal Federal, no Superior Tribunal de Justiça, no Tribunal Superior do Trabalho, no Tribunal Superior Eleitoral, nos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal e nos Tribunais Regionais. Pelos Regimentos desses Tribunais, os debates e julgamentos em grau de recurso, assim como relatórios e votos, em grande parte proferidos de improviso, tudo é tomado a termo, ou seja, tudo deve ser registrado, até mesmo para formação da jurisprudência que servirá de base para causas similares. Aí é onde entra o taquígrafo em sua atuação e importância.

No Legislativo, por sua vez, temos Subsecretarias e Departamentos de Taquigrafia no Senado Federal, na Câmara dos Deputados, na Câmara Legislativa do Distrito Federal, nas Assembleias Estaduais e nas Câmaras Municipais. Tudo que se transforma em lei passa inicialmente pelas mãos do taquigrafo. O fluxo de ideias, projetos, ações e falas de parlamentares é registrado pelo profissional taquigrafo, o que é muito importante para a finalização do processo legislativo como um todo.

A escolaridade mínima exigida de um taquígrafo em concursos é de ensino médio completo, no mínimo. Os concursos atuais têm exigido curso superior completo, em qualquer área, com faixa salarial inicial girando em torno de 10 mil reais no Judiciário e até 20 mil reais no Legislativo.

 

Taquigrafia na Câmara dos Deputados

Inauguração da Pequena Galeria da Taquigrafia no dia 3 de maio dia do taquígrafo.

Sala de Taquigrafia da Câmara dos Deputados.

Já em 1962, em Brasília, a Câmara dos Deputados dispunha, em sua estrutura administrativa, conforme a Resolução nº 67, da Diretoria de Registro Taquigráfico de Debates e da Diretoria de Revisão e Redação para a execução dos serviços taquigráficos.

A Resolução nº 20, de 30 de novembro de 1971, deu nova configuração administrativa à Câmara, com os serviços taquigráficos sendo geridos pelo Departamento de Taquigrafia, Revisão e Redação, contando com duas Coordenações, a de Registro Taquigráfico de Debates e a de Revisão e Redação de Debates. Com os devidos ajustes e modernizações de ordem estrutural e tecnológica, continua em atividade o Departamento, com atenção cada vez mais direcionada para a transparência no registro e divulgação das atividades legislativas para a sociedade brasileira.

 

Relação entre funções

Nas sessões plenárias, o taquígrafo responsabiliza-se pelo registro dos pronunciamentos e debates e pela sua decifração, conforme tabela de entrada em plenário. Este sistema decorre da necessidade de fornecimento das notas taquigráficas aos interessados em tempo hábil.

Os “quartos” de cinco taquígrafos passam pela análise de um revisor, que serve de ponto de apoio a uma eventual lacuna, para suprir ou dirimir qualquer dúvida. O texto é conferido com base em suas anotações e se procede à adequação aos cânones gramaticais, num trabalho de polimento.

Numa etapa posterior, concatenados os “quartos” correspondentes a cada orador, o texto passa pela fase de redação final, etapa em que se cuida de aparar as últimas arestas e de se lhe dar homogeneidade e sentido lógico-formal. Os discursos lidos e/ou encaminhados à publicação recebem o mesmo tratamento.

Encarregam-se também alguns servidores da leitura da íntegra dos pronunciamentos para a feitura do sumário da sessão, que capeia o DCD (Diário da Câmara dos Deputados) e que visa a orientar o leitor quanto aos oradores e ao conteúdo das intervenções. Este material também está disponível, ao final das sessões da Câmara dos Deputados, na Internet — www.camara.leg.br.

Quanto às reuniões de Comissões, as gravações efetuadas pela Coordenação de Audiovisual são encaminhadas ao Núcleo de Registro Taquigráfico em Comissões, que por sua vez realiza a distribuição de pacotes de áudio aos taquígrafos para decifração. Nesse trabalho, já que realizado a posteriori, os taquígrafos contam com o apoio de roteiros contendo a relação sequencial dos oradores e outros dados. Posteriormente, o trabalho passa pela fase de conferência, revisão e redação final, sendo encaminhado à Comissão respectiva.

 

Legislação pertinente ao registro

Na Câmara dos Deputados, todos os debates e discursos proferidos em plenário, salvo restrições regimentais, são registrados integralmente e revisados para fins de divulgação via Internet, imprensa comum e diários de publicação oficial, tais como o Diário da Câmara dos Deputados e o Diário do Congresso Nacional.

Assim estabelece o art. 98 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados:

“Art. 98. O Diário da Câmara dos Deputados publicará a ata da sessão do dia anterior, com toda a sequência dos trabalhos.

  • 1º Os discursos proferidos durante a sessão serão publicados por extenso na ata impressa, salvo expressas restrições regimentais. Não são permitidas as reproduções de discursos no Diário da Câmara dos Deputados com o fundamento de corrigir erros e omissões; as correções constarão da seção “Errata”.
  • 2º Ao Deputado é licito retirar na Taquigrafia, para revisão, o seu discurso, não permitindo a publicação na ata respectiva. Caso o orador não devolva o discurso dentro de cinco sessões, a Taquigrafia dará à publicação o texto sem revisão do orador.”

Há também dispositivos no Regimento Interno da Câmara dos Deputados que disciplinam o que deve ser apanhado, retirado ou quando deve começar a Taquigrafia a realizar o registro, a saber:

“Art. 17. São atribuições do Presidente, além das que estão expressas neste Regimento, ou decorram da natureza de suas funções e prerrogativas:

I – quanto às sessões da Câmara:

  1. h) determinar o não apanhamento de discurso, ou aparte, pela taquigrafia;

Art. 73. Para a manutenção da ordem, respeito e austeridade das sessões, serão observadas as seguintes regras:

VI – a nenhum Deputado será permitido falar sem pedir a palavra e sem que o Presidente a conceda, e somente após essa concessão a taquigrafia iniciará o apanhamento do discurso;

VIII – sempre que o Presidente der por findo o discurso, os taquígrafos deixarão de registrá-lo;”

Esses dispositivos visam, sobretudo, à manutenção da ordem no âmbito do Plenário, por ocasião dos debates e votação de proposições legislativas. Por outro lado, em decorrência da dinâmica dos procedimentos legislativos, mesmo sem a concessão da palavra ao orador, cabe ao taquígrafo registrar tudo o que for dito pelos parlamentares.

 

A taquigrafia na iniciativa privada

Por meio de concurso, portanto, onde a concorrência é bem menor que em outras áreas, o taquígrafo pode ingressar no serviço público, nos Poderes Judiciário e Legislativo, nas esferas federal, estadual e municipal. Mas na iniciativa privada destaca-se um extenso mercado de trabalho para o taquigráfico.

Em geral, as organizações não governamentais não utilizam a palavra “taquígrafo” para recrutar o profissional da área. É comum utilizarem as expressões “consultor” ou “especialista”. Muitas vezes o pretendente deixa de ser aproveitado por desconhecer esta sutileza na seleção desses organismos.
Aí podemos encontrar participação ativa em palestras, reuniões, simpósios, seminários, congressos, aulas e qualquer tipo de evento.

Por absoluta falta de informação, muitos profissionais deixam de fazer parte de um interessante e restrito nicho na área taquigráfica, que é denominado “transcrição”. Geralmente utilizado para compor biografias, por encomenda ou projeto, esta modalidade é privilegio de alguns profissionais, que são requisitados para transcreverem peças inéditas gravadas de obras de autores renomados ou não.

Por outro lado, a taquigrafia mostra toda sua importância em trabalhos sigilosos e de alta relevância nas perícias técnicas, nos inquéritos policiais, como ocorre em relação às CPIs no Congresso Nacional e aos processos judiciais.

 

O taquigrafo como profissional liberal

Poucos profissionais da área de taquigrafia conhecem, efetivamente, o que é taquigrafia empresarial, devido, em grande parte, ao vício de se trilhar o caminho mais conhecido, isto é, a expectativa simplesmente de estudar e passar em concurso público, principalmente para os Poderes Judiciário e Legislativo, no Distrito Federal ou em outros Estados da Federação.

Sabemos que a taquigrafia no setor público sempre representou e representa uma boa chance para quem quer seguir a carreira, embolsando bons salários, que variam de acordo com a instituição. Contudo, no setor empresarial o dia de trabalho de um taquigrafo pode ser pago a peso de ouro por empresas diversas nos quatro cantos do Brasil. Obviamente, o taquigrafo empresarial fatura o relativo a eventos que cobrir no período de 30 dias. Mas é importante frisar que, como se trata de um mercado onde a demanda é sempre superior à quantidade de profissionais, é difícil supor variações abruptas de um mês para outro, em termos salariais.

O taquigrafo no setor publico tem de se esforçar para passar no concurso, nas provas escritas e práticas. O taquigrafo no setor privado tem de fazer o seu nome, isto é, tornar-se conhecido no meio em que atua pelo poder público (Executivo e empresas de economia mista) e demais empresas do setor privado. Não há segredo para que aquele que estuda ou já domina a taquigrafia, seja o método que for, possa se transformar em um taquigrafo empresarial. Portanto, é importante estar em dia com a velocidade e a transcrição, pois na maioria dos eventos os apanhamentos são traduzidos para o português e entregues no mesmo dia.

Está aí uma ótima oportunidade para quem gosta de trabalhar por contra própria, claro, aprendendo, primeiro, a ser um excelente taquigrafo. Há oportunidades em multinacionais, sindicatos, associações de classe, organizações não governamentais, etc. Evidentemente, não é um processo que se faz da noite para o dia, mas é um processo natural. Na medida em que o taquigrafo se dedique à área, mais conhecido vai se tornando pelas empresas e eventos que agenciam esse tipo de serviço.

Vale a pena ser um taquigrafo empresarial? Vale, e muito, porque os profissionais têm tantas chances de trabalho nas capitais como nas cidades do interior. Licitações e eventos jamais, ate onde podemos supor, acabarão. E a maioria das licitações e eventos trazem a requisição de apanhamento taquigráfico por um ou mais profissionais.

É muito comum, nos dias atuais, os eventos serem gravados e posteriormente degravados, a exemplo do que ocorre com os trabalhos das Comissões Técnicas no Congresso Nacional. Em casos assim, ainda que seja feito o registro direto dos debates, ouvindo-se e digitando diretamente o texto, faz-se necessária ou até mesmo indispensável a presença do taquígrafo no decorrer das reuniões para realizar aquilo que normalmente chamamos de serviço de roteirização. Durante os debates, o taquígrafo anota os nomes dos oradores e as chamadas “deixas”, ou seja, as primeiras palavras ou frases de cada intervenção. Ora, num debate acirrado, principalmente, em que várias pessoas possam falar quase que simultaneamente, esse tipo de anotação torna-se praticamente impossível de ser feito em língua portuguesa ou em qualquer outro idioma. Somente um taquígrafo experiente em apanhamento e velocidade está apto a realizar essa tarefa com eficiência, evitando, assim, que intervenções diversas, durante uma reunião, até sejam registradas, mas fiquem anônimas ou apócrifas, sem que se reconheçam seus verdadeiros autores, portanto sem qualquer autenticidade. Isso frequentemente ocorre em reuniões onde não é solicitada a presença do taquígrafo e das quais se pede transcrição.

O trabalho final de um taquígrafo, portanto, pode ficar em forma de ata (resumo) ou de notas taquigráficas na íntegra, como ocorre nos órgãos públicos (registro de tudo o que foi dito em sessões, reuniões ou eventos). Por outro lado, pode-se fazer o registro de apoio, no caso de jornalistas ao entrevistar alguém, fazendo a anotação simultânea ou em tempo real do que é dito durante a entrevista, ou no caso, como vimos, dos serviços de roteirização de reuniões, ou até mesmo no apanhado de uma aula, quando o professor está proferindo a aula e o taquígrafo a registra simultaneamente.

E há diversos outros setores de atuação do taquígrafo, tais como:

  1. Eventos gerais (tudo que precisa ter registro escrito do que ocorre oralmente): seminários, simpósios, conferências, fóruns, encontros, entrevistas, etc.
  2. Pesquisa de mercado (Discussão de grupo – Pesquisa qualitativa, Entrevistas em profundidade);
  3. Reuniões de Conselhos Deliberativos;
  4. Conselhos Fiscais;
  5. Rascunhos ou anotações para escritores (como meio de colocar a fala oral ao vivo ou gravada em termos escritos);
  6. Registros em assembleias gerais ordinárias e extraordinárias de Conselhos, Sindicatos, Federações, Confederações, Condomínios;
  7. Transcrição de programas de rádio ou de programas televisivos;
  8. Transcrições em geral de mídias (CDs, DVDs, MP-3 ou qualquer outra mídia) na forma integral ou em resumo (anotações, tópicos principais, essência do evento), de acordo com a necessidade do que for pedido.
Concursos previstos

Câmara Municipal de Porto Alegre e Assembleias Estaduais

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